TÍTULO: “Aglomerados globulares NGC 6366 e NGC 6397”

PALESTRANTE: Fabíola Campos

LOCAL: Anfiteatro Antônio Cabral (IF-UFRGS); 03/07/2009 (6a.f); às 12h30



RESUMO:

NGC 6366 é um aglomerado relativamente aberto, de magnitude visual aparente V=9.2 e alta extinção. Com nossos dados do SOAR nas bandas fotométricas B e V conseguimos medir até estrelas de magnitude V=23.5. Com os dados HST, obtidos por Sarajedini et al. (2007) nas bandas F606W e F814W, detectamos até magnitude F606W=26.5. Nós ajustamos isócronas de Padova [Girardi et al. (2000) e Marigo et al. (2008)] calculadas para este trabalho incluindo a seqüência de esfriamento de anãs brancas, e encontramos d= (3.82±10.40) kpc, E (B-V)=0.64±0.02, com a massa média das estrelas no ponto de saída da seqüência principal de (0.889±0.017) MSol. Além disso, detectamos 31 estrelas com cores correspondentes a anãs brancas com massa média 0.4MSol.

O outro aglomerado, NGC 6397, é atualmente classificado como o segundo mais próximo do Sol e foi o primeiro aglomerado a ter dados obtidos para toda a seqüência principal, detectada até o limite de queima de hidrogênio (0.08 MSol) (Richer et al. 2008). Nós obtivemos esses dados de Richer et al. (2008), ajustamos as isócronas de Padova contendo toda a seqüência de evolução até as anãs brancas e mostramos que o ajuste simultâneo da seqüência principal e a de esfriamento das anãs brancas resultam em melhor determinação de distancia, idade, avermelhamento e até metalicidade.

Com o ajuste da isócrona, encontramos idade (12±1) Gano, metalicidade Z=0.00012 {{Fe/H]=-2.2, para δ[α/Fe]=0} e distância d=(2.73±0.22) kpc. Esses valores restringiram nossa liberdade de mover os modelos de seqüência de esfriamento de anãs brancas e, ajustando os modelos de Bergeron (2008), encontramos uma massa média entre 0.500 e 0.535MSol.

Outra característica importante da seqüência de esfriamento das anãs brancas é que em F814W=26.5 detectamos a presença de um acúmulo de estrelas que permitiu o estudo da física da cristalização do núcleo de anãs brancas, por Winget et al. (2009), demonstrando a existência de liberação de calor latente; também vemos que em cerca de F814W=27.6, a seqüência de esfriamento termina com uma volta para o azul causada pela absorção induzida por colisões de H e He.